Eita que tava bom o sono a beira da estrada. De fato uma coisa que até então não tinha feito. Infelizmente nosso gás estava acabando, acredito que se tivéssemos pego um botijão cheio não estaríamos nessa agora. Próxima parada Copiapó para tentar reabastecer o botijão. Não é a toa que esta cidade está no nosso rumo, até porque vamos até Santiago para aí retornar a Argentina.
Copiapó é um ponto importante pois é lá que conseguiremos reabastecer o botijão, isso segundo informação de uma casa de gás em Antofagasta. Se bem que minhas esperanças não estão lá essas coisas, pois nesse local em Antofagasta eles disseram algo que não curti. O padrão do nosso botijão é diferente do deles. E por essa razão nos mandaram para Copiapó. Lá eles acreditavam ter o nosso padrão. Espero que a sorte esteja do nosso lado.
Então é hora de encher o bucho e levantar acampamento. Para deixar o Vini feliz, resolvemos deixar ele guiar desta vez. Todos um pouco apreensivos, mas confiantes. E não é que ele se saiu bem! No caminho montanhas que deixariam um geólogo bem feliz, elas possuíam riscos pretos e tanta cor de marrom que dava para gastar um cartão tirando foto. Rodamos até perto do meio dia quando resolvemos parar alguns kilômetros antes de Chañaral para almoçar. Outra bela enseada perfeita para um banho, um jacaré e comer, afinal tinha até área de churrasqueira.
Eu como não posso ver água que me atiro, fui pegar jacaré. O resto do pessoal ficou pela Kombi, alguns no bom e velho xadrez, outros fazendo obras de arte com o que achavam pelo chão e o Paulo na cozinha. Depois de alguns jacarés a fome batia. Por sorte já estava pronto um carreteiro sem carne. EHEHE Mas bom para dedél! Tanto que o Ronaldo rapou a panela.
Quando já tínhamos comido, vi que uma pessoa veio para perto. Meio que esbravejando. Hum... ele falou que aquilo era um parque e que não podíamos ter entrado, e que devíamos pagar um valor para usar o local. Virge! Falei para o vivente que não tinha placa, nem portão, nem porteiro para informar e que entramos sem ser barrados e depois de horas alguém aparece. E que se era isso de fato pagaríamos e íamos embora. Acho que o cara ficou pasmo e disse que só pagaríamos que usássemos o banheiro. Como não cagamos ali, não pagamos.
Bueno, levantamos acampamento mais uma vez, louça lavada, gás na barba, combustível também, vamos que vamos. Como o Vini se saiu bem, e estava sedento por dirigir, segue no volante. A estrada seguia tranqüila e sinuosa costeando o Pacífico. Ora indo para trás das montanhas,ora para perto do oceano. Uma coisa que começou a chamar atenção é que a medida que descíamos o verde voltava a fazer parte da gama de cores. Com isso víamos que o grande Atacama ficava para trás.
Chegamos a Copiapó e nada de achar um local para reabastecer o botijão. Novamente não existia um bico que servisse no pequeno liquinho. Fazer o que, seguimos com destino a Coquimbo. Passamos por vários locais que inspiravam mulher, afinal só falávamos e nada de um corpo feminino. Só o Delon tinha essa prerrogativa. Passamos por Vallenar, acredito que se perguntam, o que isso tem com mulher? Respondo. Essa cidade fica perto de “Alto Del Carmen” e “Freirina” que lembra Freirinha... EHEHEH Tá loco, tá faltando mulher!
Deixamos “La Higuera” para trás já perto da noite, belas fotos foram tiradas no entardecer, já estava me acostumando com a idéia de ver o sol se por no mar.
Chegamos a “La Serena” cidade bem próxima de “Coquimbo”, distantes em um misto de quase nada com muito pouco para quem tinha percorrido tantos kilômetros. Em Coquimbo numa lanchonete de posto de gasolina, aquelas 24 horas vimos algo bem estranho para nós, mas comum para eles. Molho de abacate, e pasmem para por no cachorro quente. Aqui no Brasil as lojas possuem maionese, mostarda e catchup. Normal, pode ter um queijo cheedar, molho de pimenta, mas nunca tinha visto molho salgado de abacate. Para mim abacate é doce.
Coquimbo é uma cidade de litoral como podem ver pelo mapa, bem organizada e muito aconchegante. Com um bocado de pousadas e com bastante gente. Mas bastante mesmo. Sempre nos deparávamos com duas coisas, pousadas cheias ou caras. Até que por sorte e lábia conseguimos uma cabana pelo mesmo valor de Antofagasta só que com o quíntuplo do conforto. Ducha, cozinha, sala, uma beleza.
Eu e o Gustavo saímos para dar uma banda e conhecer o lugar, assim a esmo. Não sei como sempre conseguia voltar para o lugar de onde saímos, GPS é coisa para maricas! AHAH Mas que sempre ficava com receio isso sim. Imagina se perder e atrasar os planos de viagem? Bah! Nem é bom pensar. Para variar a banda foi em vão nada de balada, cerveja ou mulher! Vamos para a pousada novamente.
Tomamos uns goles de um tal de “Pisco” com o pessoal, o treco é forte que é um raio! Foi bater e derrubar. A moleza só deu tempo para um banho e cama.
Comentários
Postar um comentário