Definitivamente estávamos de férias e horário era algo que não nos estressava. Saímos do acampamento por volta das 11 horas, Paulo no volante rumo a Buenos Aires. Passamos por muitas tendas, quitandas de beira de estrada, até que não deu, afinal tínhamos que comer queijo argentino. Sem dúvida os melhores e por um preço justo.
Com a fome batendo ao meio dia, achamos um local e nos atiramos. A proprietária que além de simpática era muito bonita, trouxe ânimo aos tarados de plantão. O Vini e o Gustavo caíram como mosca no mel, eu com fome tratei de comprar queijo e pão. Bah! Que queijo bom! A guria que se exploda eu queria era comer. Fome é uma coisa que me tira do sério. Pança cheia, agora podia seguir viagem.
Abrindo parênteses: Até agora sempre falei de comida e nada de banheiro, por sorte o número dois (popular cagar) sempre era feito em banheiro. Já mijar ia no mato mesmo, só a pobre Ale que sofria. Fechando parênteses.
E toca o barco, afinal em Buenos Aires tinha que ter um mecânico que pudesse acertar a Kombi. Nas nossas paradas pudemos ver que o que fiz não adiantou muito, para não dizer que não adiantou nada. O gasto maior deixou de ser a gasolina e passou a ser o óleo, fazíamos uma distância baixa pela quantidade de óleo que colocávamos no tanque. Acredito que já tenhamos trocado todo o óleo do motor só recolocando. Assim podes ter uma idéia da situação da coisa.
A cada parada, agora como aviso de carnê do Baú (de hora em hora). Víamos nossa viagem escorrer pelo tanque, literalmente escorrer. O fiapo de óleo só vinha aumentando.
Chegamos em Buenos Aires por volta das 19 horas, as paradas também nos atrasavam, e as malditas auto pistas nos comeram uma boa quantidade de pesos e litros de óleo. Puta merda!! Aquilo é um labirinto acima da cidade. Entramos nela via acesso oeste e sabe Deus como achamos uma mecânica. Ele não pode fazer nada com o vazamento, mas acertou o carburador que insistia em cair. Nem a nossa engenhoca de arame e borracha dava certo.
Bom agora com a Kombi um pouco melhor vamos nos aventurar nas malditas autopistas para sumir desta cidade. Pena não poder ficar e cruzar para o Uruguai, certamente seria algo bem legal. Paciência fica para uma próxima. Tínhamos agora que chegar na rota 14 que levava direto para Uruguaiana. Para chegarmos a estrada tínhamos que ir até Zarate, 88 Km de Buenos Aires. Agora sabíamos o nome de cada cidade e quantos kilômetros tínhamos que percorrer. Era uma vitória conseguir chegar até a próxima.
O que vinha aumentando gradualmente era o número de pontos policiais, e toda vez que parávamos sabíamos que um esguicho de óleo vazava no motor. Bah que raiva! Fomos rodando o que dava e claro a cada posto parando para comprar mais óleo. Havia na Kombi um bocado de galão de óleo, realmente a coisa estava feia.
Rodamos bastante até chegarmos em uma cidade que de fato não lembro, e infelizmente não anotei no diário de bordo. Falha, mas para o primeiro diário de bordo até que estava bem. Pelo andar da coisa digo que foi por volta da Villa San José. Mas lembro do comentário de uma pessoa quando descemos da Kombi, “Filme de reggae”. Isso pelo fato do Vini e do Paulo fumarem os “criolon”, cigarros gigantescos de palheiro. Quando descíamos da Kombi saia uma fumaceira, daí o vínculo que o cara fez. EHEH Até criativo, tá certo que o cara tava alto (bêbado, mamado, com os pés molhados) para dedél, mas tudo bem. O local era um restaurante, bem limpo e com comida bem boa.
Será no dia seguinte que finalmente vamos chegar em Uruguaiana, não vejo a hora. O máximo que pode acontecer e deixar a Kombosa lá e seguir de ônibus, mas isso é algo que não queremos. Espero estarmos bem amparados amanhã e com mais sorte que nunca.
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