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Atacama de Kombi - Louvada Scania

Hoje será o último dia fora de nosso país, pelo menos é o que temos planejado. Temos muitos quilômetros pela frente e não possuímos um carro a contento para perdermos tempo. Acordamos esperançosos de chegar tranquilos, e certamente conseguiremos.
Arrumamos tudo, alguns litros de óleo e vamos nessa. Como disse anteriormente a cada hora parávamos para checar as coisas, isso quando não éramos parados em blits policial. Em uma delas chegou ao cúmulo de nos pedirem propina. Sim nobres amigos, os guardas na maior cara dura pediram propina. Nunca tinha passado por isso. Por sorte nossas carteiras estavam vazias e eles não aceitavam cartão.
Depois da última onde viraram a Kombi do avesso até achar algo que de fato podiam multar. Bah fiquei louco, tirei toda a grana que tinha na carteira e deixei a nota mais baixa que tinha e fui falar com o policial responsável do local. Era muito engraçada a cena lembrando agora, na hora queria era dar um tiro na cara daquele filho da puta. Entrei na sala, não recordo que me acompanhava, acho que era o Vini. Sei que o policial dizia que faltava um esquema de velocidade na traseira da Kombi, aquelas placas de 80Km/h dado que era um carro de transporte. Dizia que não, que era um carro comum, não estava transportando passageiros (frete) e sim que o carro era nosso.
Como não tinha como discutir pedi então a multa, ao que o filho da puta puxa uma tabela onde tinha o valor em várias moedas, sim várias, A conversão até estava errada, afinal a tabela era com a conversão de moeda que dava na telha. Comecei a rir, e disse que não tinha dinheiro para pagar, e que desta forma iria deixar o carro ali e seguir de carona. O policial não gostou, vi que essa era a minha deixa. Insisti, apontei o valor “um absurdo” e mostrei minha carteira, não tinha nem um centésimo do valor no bolso.
O policial me ordenou para verificar com os meus amigos, convidei ele para vir junto e ele bem faceiro certo que ia arrebatar a verba, veio como um cachorro pidão. Por sorte havíamos combinado para não ter nada nos bolsos, se tivesse seria algo irrisório. Dito e feito mostramos as carteiras e o policial ficou muito triste, não ia ser daquela vez. Ficou com os nossos trocados e fomos liberados. Agora te pergunto, alguma multa foi lavrada? Não.
Seguimos, e para nossa alegria a província de Entre Rios estava cheia de postos policiais. Claro! Na próxima fomos barrados novamente. Novo teatro, e já saí dando no meio. Sim está faltando a placa de velocidade, não se falaram, fomos parados no posto anterior e já pagamos uma multa, irá fazer outra? EHEH Podia ter feito quase por desacato a autoridade, mas nos liberou.
Graças ao bom pai saímos da província de Entre Rios, de fato esta merda de parte da Argentina é como os próprios argentinos nos falaram, um lixo e uma vergonha para o país. Depois de sair dela, pergunte-me se havia outra barreira policial? Nada, nadica de nada. Mas acho que os policiais nos rogaram uma praga por ter pago tão pouco, seguimos mais uns 30 quilômetros da troca de províncias e a Kombi apagou, era uma da tarde aproximadamente, um calor que nem no deserto pegamos e para piorar estávamos sem óleo.
Saímos do carro para ver o motor, dito e feito, sem óleo as malditas paradas devem ter feito escorrer tudo. Torcemos muito para um dos policiais filhos da puta escorregarem no óleo que perdemos e quebrarem a cabeça! Mas fazer o que, agora sim fudeu. Estávamos empenhados no meio da estrada. Por sorte os motoristas por lá são bem parceiros, um pessoal meio mal encarado parou para ver se precisávamos de ajuda. Não pensamos muito, mandamos o Delon junto.
O bicho não voltava, demorou um bocado, chegamos a pensar que tinham feito a rosca dele na estrada. EHEHEH Do nada ele desce de um carro com um galão de óleo na mão e segundo ele com a rosca intacta. Claro, óleo no motor e pé na estrada. Kombosa novamente na ativa, rodou mais alguns quilômetros e morreu. Digo que morreu porque tinha óleo no motor mas não ia nem vinha. Parou mesmo.
E agora, estávamos a mais de 130 quilômetros de Uruguaiana, tão perto. Como havíamos parado perto de uma fazenda resolvemos ir para lá pedir ajuda. Ou ao menos conseguir uma tomada para carregar os celulares e chamar um guincho. Afinal tínhamos uma espécie de seguro. Vamos lá, chegamos na casa, mas nada. Voltamos para o carro para pensar o que fazer. Chegando lá por sorte ganhamos um reboque de um microônibus até um posto de gasolina.
Como disse temos sorte, chegando ao posto vimos um caminhão do Rio Grande do Sul, marcamos ponto ao lado do caminhão vai que o cara fosse para o estado e nos rebocasse. Não é que ele ia para aqueles lados, não exatamente até o Rio Grande do Sul, mas bem perto. Amarramos a Kombosa no caminhão, Tiago (eu) no volante e vamos lá que já era três e meia.
Literalmente estava com o cu na mão, afinal ser rebocado com corda por uma Scania que nos levava a 90 km/h! Bah, qualquer coisa poderia dar merda. Mas segui confiante, estava até me acostumando com a traseira do caminhão e das coisas que dele caiam e batiam no vidro. Aventurava-me até a ir para lá e para cá para ver como estava a estrada. Por sorte, sempre limpa e sem polícia. Mas comecei a reparar no velocímetro e vi que ele não se mantinha nos 90 e gradualmente ia subindo, 92, 94 quando chegou aos 95 vi o pisca esquerdo do caminhão todo faceiro, imaginei que fosse para chamar a minha atenção e coloquei para o lado. Chamar atenção o kacete! Tinha outro caminhão na frente, o doido que nos rebocava ia ultrapassar!
A galera estava empolvorosa, e a velocidade subindo. Já estávamos acima dos 100 quando o caminhão colocou para o lado! Tá loco, é a primeira vez que a Kombi chega acima dos 100 e para piorar estávamos ultrapassando um caminhão rebocado por corda por outro caminhão! Toda a hora que me lembro disso começo a rir. Mas o mais engraçado foi a cara do outro caminhoneiro, certamente ele não estava acreditando no que via. Recomendo acessar o link com os vídeos do dia, esses sim é para dar boas risadas!
O resto da viagem até o posto foi sem toda essa emoção, até porque depois disso não dava para acontecer mais nada. Chegamos no posto às 17 horas, estas uma hora e meia vão ficar na memória. Para chegar até aqui temos que agradecer ao Gabriel e ao Elias. Estes dois, cada qual com sua parcela nos caretearam por mais de 130 quilômetros.
Muito bem estávamos no posto de gasolina a poucos quilômetros da fronteira, mas e aí? Empurrar para o lado de lá é que não ia ser. Duas opções, pegar um taxi e ir para lá e de Uruguaiana voltar com um reboque, ou passar rebocado também. Para quem foi rebocado por mais de 130 quilômetros, um a mais um a menos. Pegamos um taxi, quer dizer a Kombi quer um taxi. E lá vamos nós, agora com o Delon no volante, afinal temos uma fronteira para cruzar. Chegamos a ela rebocados pelo taxi, acertamos a papelada e inclusive a passagem do taxi para nos levar. E aconteceu!! Cruzamos a fronteira rebocados. Mais uma que vai para a história. Deixamos a Kombi no mecânico mais próximo da saída afinal o taxi argentino tinha um limite que podia ir.
Agora sim, estamos novamente na nossa terra. Português, guincho, real, puta merda como é bom voltar, principalmente em uma situação destas. Chegamos a um hotel, o Paineiras nos instalamos em dois quartos e enquanto isso o Paulo via o que fazer com a Kombosa. Procuramos o primeiro restaurante que servia um churrasco, queríamos carne muita carne e cerveja para relaxar. Por sorte ao lado do hotel tinha um restaurante cujo nome “Restaurante do Gordo” nos deixou feliz, afinal já viu um gordo cozinhar mal?
Nos abancamos comemos e bebemos e rimos de todos os perrengues que passamos e ainda estávamos passando. Até amizade com o dono do local nós fizemos, afinal qual seria o vivente que não se interessaria por uma gauchada dessas? Depois de fastiados fomos para o quarto do hotel tirar uma boa noite de sono e ver o que o dia seguinte nos reservaria.

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