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Atacama de Kombi - Perdemos uma porca!

Temos sempre muita sorte de não ter chovido, afinal dormir ao léu e com chuva é dose. Nossa situação não está muito interessante, o vazamento de óleo está gradualmente aumentando, o que antes era algo com o qual não nos preocupávamos agora fazia parte das coisas que olhávamos antes de partir, o nível do óleo. E para nosso temor, estava baixo, sorte estar literalmente dentro de um posto de gasolina.
Primeira grande depressão, o litro de óleo é bem caro! Mais caro que gasolina, mas além do nível baixo a Kombosa merecia um óleo de qualidade, afinal não nos desapontou nem Andes acima. Além de abastecer o carro, nos abastecemos de comida. Afinal os gastos aumentaram com o fato do gás também ter acabado.
Saímos por volta das 10 horas, estrada tranqüila e novamente muito boa. Agora era fazenda do lado de fazenda, plantações de tudo que era tipo. Nosso itinerário incluía um percurso longo, algo em torno de 700 Km para chegar o mais perto de Buenos Aires possível. Seguimos sempre pela rota 7. Agora a cada 2 horas de viagem parávamos para ver como estava a situação do óleo. E claro que a cada parada nosso temor aumentava, pois o nível estava constantemente baixando.
Infelizmente para deixar a viagem mais tensa agora estávamos rodando por kilômetro por litro de óleo e não mais por litro de gasolina. Um fator que contribuiu mais para aumentar os custos.
A tensão sobre o óleo começa a atrapalhar a apreciação da paisagem, e inclusive rarear as fotos, não é só porque o espaço do cartão estava acabando e sim o foco do assunto. Mas de qualquer forma mantínhamos o nosso trajeto e parávamos quando algo interessante passava no caminho. Mas agora o assunto era a Kombi e não mais a paisagem. Estávamos pensando que algo poderia ter soltado e uma fresta se abriu para o óleo vazar. Até porque antes de partirmos ela capotou lembram? Vai saber o que fizeram no motor.
O Paulo sempre visto como o nosso mecânico, afinal ele era um dos que entendia mais de carro, ou resolvíamos acreditar nisso para nos consolar que precisávamos de um mecânico e rápido. A cada parada a mancha de óleo ia ficando mais feia e mais feia. Foi na parada que fizemos por volta das 19:30 que tivemos que tomar uma decisão um tanto quanto triste. Esta decisão de fato caiu como um peso sobre todos. “Pessoal vamos traçar a rota mais rápida para o Brasil!”, sim acabou a brincadeira agora era rodar para chegar em um mecânico que fale português. Rota traçada deixamos o Uruguai de lado e agora iríamos rumar sempre pelas melhores estradas e direto para Uruguaiana.
Uma certa alegria volta a me contagiar, sim, volto a ficar feliz mesmo diante da situação ruim que nos encontramos. Feliz pelo fato de tanto tempo após o meu nascimento irei voltar para a minha terra natal. Será que vou me lembrar de algo?
Bom agora é rodar, cuidar do óleo e o destino é Buenos Aires. E lá vamos nós. E sempre com uma coisa fixa, há algo solto no motor, se olharmos podemos arrumar, afinal falta de sorte foi uma coisa que não passamos nesta viagem. Não choveu, sempre nas horas de aperto alguém aparecia. Enfim, podíamos arrumar a Kombosa e seguir nossa viagem tranquilos. Fomos martelando isso até chegar em um grande posto de gasolina próximo de Carmen de Areco. E como ninguém estava pilhado, lá fui eu para baixo da Kombi. Afinal já tinha consertado o cabo do velocímetro, vai saber se não achava solução para o óleo.
Dito e feito! Como normalmente tudo é simétrico faltava um parafuso na parte de baixo do motor, bem perto do local do vazamento. Digo que faltava pois do outro lado, em um local semelhante tinha um. Logo ali também teria que ter. Já era noite e tínhamos sorte de estar perto de uma mecânica, conseguimos o tal parafuso e eu bem faceiro coberto de óleo coloquei o dito cujo no seu lugar. E sim visualmente parecia ter diminuído o vazamento.
De presente ganhei um banho, afinal posso ter solucionado o nosso problema, teremos que ver. Banho tomado e refeição feita tocamos até onde dava rumo a Buenos Aires. Dado o adiantado da noite suponho um local de parada no mapa, mas mais ou menos fecha com os horários das fotos. Pena não termos um GPS.
Achamos outro posto e este foi o eleito para passarmos a noite, estava tão acabado neste dia que até falei um Portunhol dos brabos com um casal de curitibanos. Fiquei sabendo pelo pessoal, eles nem comentaram comigo. EHEH Pelo menos eram educados, como sempre. Fui para o nosso acampamento nos fundos do posto e apaguei.

Fotos





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